Data: 16-04-2012
Criterio: B2ab(iii,iv)
Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG: Marcelo
Especialista(s):
Justificativa
Encholirium biflorum é endêmica do Brasil e ocorre exclusivamente no Estado de Minas Gerais. A espécie tem distribuição restrita (EOO=605,71 km²) à porção mineira da Cadeia do Espinhaco, sendo a maioria das coletas procedentes do Planalto de Diamantina. Apenas uma coleta foi realizada na Serra do Cipó, mas especialistas consideram essa ocorrência duvidosa. Há apenas uma população muito pequena da espécie. E. biflorum tem uma área de ocupação (AOO ) calculada em apenas 16 km², porém, esse valor pode ser ainda menor, e está sujeita a apenas uma situação de ameaça. A única população de E. biflorum registrada nos últimos anos ocorre próximo a uma área de estrada e é extremamente vulnerável. Como as plantas são diminutas e estão sobre terreno plano, correm o risco de serem facilmente destruídas por qualquer roça, criação ou benfeitoria, ou mesmo pela passagem de um trator. Assim, E. biflorum foi avaliada como "Criticamente em perigo" (CR).
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Dyckia biflora Mez;
Família: Bromeliaceae
Sinônimos:
Os exemplares de E. biflorum caracterizam-se principalmente pelo porte reduzido, sendo esta a menor espécie conhecida para o gênero. Outros caracteres que podem auxiliar no reconhecimento são as folhas secundas e o número de flores por inflorescência, que varia de duas a cinco. A espécie possuí morfologia floral semelhante a E. vogelli, E. scrutor, E. pedicellatum e E. heloisae. Porém, ao contrário do que se observa nestes taxa, os pedicelos florais de E. biflorum são menos proeminentes (Forzza, 2001).
Segundo Cavallari et. al. (2006), existe apenas uma população muito pequena da espécie. Essa população é formada por três agrupamentos de 11,33 m. Dentro de cada agrupamento, os indivíduos ou touceiras vegetam muito próximos uns dos outros. Foram observadas muitas touceiras, provavelmente formadas cada uma a partir de um único indivíduo perfilhado. O hábito clonal das plantas, associado à alta densidade dos agrupamentos e ao seu tamanho diminuto, leva a crer que cada agrupamento é formado por poucos clones. (Cavallari, 2004).O estabelecimento de plântulas na população deve ser um evento raro (Cavallari, 2004). Segundo Cavallari (2004) foi detectada uma diversidade genética altamente significativa para E. biflorum, tanto entre os agrupamentos, como entre os indivíduos do mesmo agrupamento. Do total da variância genética molecular encontrada para a espécie, 16,06% se deve às divergências entre agrupamentos, enquanto 84,94% é atribuída às diferenças entre indivíduos dentro do agrupamento.
A especie ocorre exclusivamente no Estado de Minas Gerais (Forzza et al., 2010). É restrita a porção mineira da Cadeia do Espinhaço, sendo a maioria das coleções procedentes do Planalto de Diamantina havendo, entretanto, uma coleta na Serra do Cipo, com ocorrência duvidosa (Forzza, 2001). Segundo Versieux et al. (2008), a espécie é endêmica do Planalto da Diamantina.
A especie apresenta 11-32,0 cm alt., ocorrendo de forma isolada ou formando pequena touceira. Possui hábito rupícola, terrícola. Raramente encontra-se indivíduos floridos na natureza. É possível que as florações sejam irregulares, com poucos indivíduos florescendo ao mesmo tempo na população, o que ocasionaria um limitado fluxo gênico (Cavallari, 2004). A única população amostrada está em terreno plano, de solo areno-pedregoso. O terreno, de aproximadamente 1 ha é limitado pela estrada de um lado e afloramentos rochosos do outro. A vegetação é aparentemente homogênea neste local (Cavallari, 2004). Foi encontrado apenas um clone na população de E. biflorum (Cavallari, 2004).
1.3.1 Mining
Detalhes
A maior ameaça às espécies de Encholirium é a degradação de habitat devido à extração de rochas calcárias e graníticas (Forzza et al., 2003).
10 Human disturbance
Detalhes
A população de E. biflorum ocorre próxima a uma área de estrada e é extremamente vulnerável, uma vez que está em propriedade particular. Como as plantas são diminutas e estão sobre terreno plano, correm o risco de serem facilmente destruídas por qualquer roça, criação ou benfeitoria, ou mesmo pela passagem de um trator, por exemplo (Cavallari, 2004).
1.1.4 Livestock
Detalhes
Sobre pastejo (Biodiversitas, 2005).
1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Consta na Lista de Minas gerais (COPAM-MG, 1997) como "Vulnerável" (VU).
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Deficiente de Dados" (DD) na Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.
3.8 Conservation measures
Situação: on going
Observações: Cavallari (2006) considera a espécie como "Criticamente em Perigo" (CR), uma vez que a única população conhecida da espécie ocorre em área não protegida, sendo esta propriedade privada.
No entanto, Forzza et al. (2003) consideram a espécie "Em perigo" (EN) segundo os critérios da IUCN.
5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: Devido a dificuldade de se obter sementes da espécie E. biflorum, é admissível retirar indivíduos das populações naturais, desde que indivíduos genéticamente idênticos permaneçam na população. Em termos práticos basta retirar uma roseta de cada touceira, deixando as demais rosetas em campo. Plantas não perilhada não devem ser retiradas do hábitat em hipótese alguma. È preferível coletar vários indivíduos por agrupamento do que poucos em muitos agrupamentos (Cavallari, 2004).
- RAFAELA CAMPOSTRINI FORZZA. Filogenia da Tribo Puyeae Wittm. e Revisão Taxonômica do Gênero Encholirium Mart. ex Schult. & Schult. F. (Pitcairnioideae - Bromeliaceae). Tese de Doutorado. São Paulo, SP: Universidade de São Paulo, 2001.
- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.
- MARCELO MATTOS CAVALLARI. Estrutura Genética de Populações de Encholirium (Bromeliaceae) e Implicações para sua Conservação. Dissertação de Mestrado. Piracicaba, SP: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - Universidade de São Paulo, 2004.
- CAVALLARI, M. M.; FORZZA, R. C.; VEASEY, E. A. ET AL. Genetic Variation in Three Endangered Species of Encholirium (Bromeliaceae) from Cadeia do Espinhaço, Brazil, Detected Using RAPD Markers. Biodiversity and Conservation, v. 15, p. 4357-4373, 2006.
- FORZZA, R. C.; COSTA, A.; SIQUEIRA FILHO, J. A. ET AL. Encholirium in in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Acesso em: 15 de Março de 2011.
- VERSIEUX, L. M.; WENDT, T.; LOUZADA, R. B. ET AL. Bromeliaceae da Cadeia do Espinhaço. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 98-110, 2008.
- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.
- FORZZA, R. C.; CHRISTIANINI, A. V.; WANDERLEY, M. G. L. ET AL. Encholirium (Pitcairnioideae - Bromeliaceae): Conhecimento Atual e Sugestões para Conservação. Vidalia, v. 1, n. 1, p. 7-20, 2003.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
CNCFlora. Encholirium biflorum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Encholirium biflorum
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 16/04/2012 - 18:05:05